Os lucros do iib Cabo Verde, um banco liderado pelo grupo iib no Bahrein e detido em 10% pelo Novo Banco português, aumentaram 77% em 2021, para três milhões de euros, o melhor resultado da história da instituição.
A informação consta do relatório e contas 2021 do international investment bank Cabo Verde (iibCV), que prevê a aplicação deste resultado apenas em reservas legais (10%) e outras reservas (90%), sem distribuição de dividendos, como já tinha acontecido em 2019 e 2020 para evitar as repercussões económicas da pandemia da covid-19.
iibCV fechou 2021 com um lucro líquido de mais de 337,1 milhões de escudos (três milhões de euros). Este desempenho compara com lucros de 190,3 milhões de escudos (1,7 milhões de euros) em 2020 e 147,2 milhões de escudos (1,3 milhões de euros) em 2019.
No relatório e contas, a administração da iibCV sublinha que os níveis de solvência e liquidez se situavam em 31% no final de 2021 e 441 milhões de escudos (quatro milhões de euros), respectivamente, proporcionando “um posicionamento acomodatício da estrutura patrimonial”, terminando o ano com um crescimento de 77% do rendimento líquido, “constituindo o melhor resultado da história da instituição”, em mais de dez anos de actividade em Cabo Verde.
Para “ganhar o momento”, ainda marcado pela crise económica provocada pela pandemia de 2021, a administração sublinha que se manteve “fiel à execução das variáveis fundamentais” do plano estratégico, “o que resultou num crescimento do balanço em 53% [para 30 mil milhões de contos, 270,5 milhões de euros], através de fontes de financiamento mais eficientes e diversificadas, permitindo uma estrutura de activos com uma rentabilidade ponderada pelo risco superior”.
Esta gestão, acrescenta, reflectiu-se também no aumento do produto bancário em 41%, para 725,4 milhões de escudos (quase 6,6 milhões de euros), dado o “aumento da margem financeira em 12% e da margem complementar em 301%”.
“No que diz respeito à carteira de crédito, importa destacar a gestão proativa da carteira, que permitiu um acompanhamento diferenciado dos clientes, factor determinante na recuperação dos créditos em incumprimento (NPL), cuja proporcionalidade foi fixada em 1,49%”, diz. no relatório e contas. A carteira global de crédito do banco cresceu 1% em 2021, para quase 5,5 mil milhões de escudos (49,6 milhões de euros).
A carteira de crédito vencido (mais de 90 dias) totalizou assim cerca de 80,7 milhões de escudos (730 mil euros).
O banco fechou 2021 com capitais próprios positivos de 1.789 milhões de escudos (16,1 milhões de euros) e ativos totais superiores a 30 mil milhões de escudos (270,5 milhões de euros), para passivos de 28,2 mil milhões de escudos (254,4 milhões de euros), praticamente metade correspondente a depósitos de clientes.
Os recursos de clientes, em depósitos, registaram um crescimento homólogo de 5%, para quase 14,9 mil milhões de escudos (134,4 milhões de euros). O iibCV, até 2019 denominado Banco Internacional de Cabo Verde (BICV) e anteriormente Banco Espírito Santo Cabo Verde, iniciou a sua atividade em julho de 2010 e até meados de 2018 era integralmente detido pelo Novo Banco de Portugal.
A 11 de julho de 2018, após aprovação dos órgãos de fiscalização, 90% das ações representativas do capital social foram adquiridas pelo iib Group Holdings WLL (iibGroup), sediado no Reino do Bahrein, que tem como objetivo a aquisição e gestão de ativos bancários no Médio Oriente e África.
A redenominação de BICV para iibCV só ficou concluído em meados de 2019, mantendo-se o Novo Banco (através do Novo Banco África) na estrutura acionista, com uma participação minoritária de 10%.
Com um capital social de 1.433 milhões de escudos (13 milhões de euros), o iibCV tem atualmente presença física nas ilhas de Santiago e do Sal e conta com cerca de 40 colaboradores.